Um Reinado de Alegria
Primeiro Rei Momo oficial de Porto Alegre, reinou durante 22 anos, precisamente entre 1950 a 1972, jogador na década de 20, acabou sendo inscrito na história do Sport Club Internacional por ser um insuperável animador de torcida, criou a primeira escolinha de futebol, assim como a primeira torcida organizada “Camisa 12” no grande time do Internacional conhecido por rolo compressor nos anos 40/50, expressão também criada por Vicente Rao que fazia desenhos dos jogadores e do time todo e logo após os amassava, a partir deste momento que ele teve a ideia do rolo amassando todos os seus adversários, também é creditado a ele o surgimento de grandes bandeiras os estádios de futebol do Rio Grande do Sul, assim como foguetes e serpentinas. Nasceu no dia 04 de abril data de aniversário de seu clube do coração, por isso dizia que não tinha nascido e sim inaugurado.
Vicente Rao, morreu em Porto Alegre, em 1973, aos 62 aos de idade, foi considerado o maior dos foliões de todos os tempos, foi bancário como profissão e como tal, chegou a líder sindical por mais de trinta anos, chegando a ser acusado de comunista e também a incitação à violência a greve e a agitação, isso nos 70 em plena ditadura militar, foi julgado e absolvido o que evidentemente gerou uma grande festa organizada pelos amigos, um carnaval fora de época.
Em sua vida também ficou muito conhecido como papai noel e coelhinho da páscoa, estava envolvido em praticamente todas as atividades da cidade, mas sem dúvida nenhuma brilhou como Rei Momo esbanjando alegria.
Antes de 1960, não existia Rei Momo, Rainha, Princesas no carnaval, cada bloco tinha a sua própria ‘Realeza”. Em Porto Alegre na década de 30, o rei momo era um boneco que representava a figura do fanfarrão, que não trabalhava e vivia para festas. O boneco virou símbolo dos desfiles até virar gente. Anos depois surgiram os Reis Momos, Lelé e Macalé que animavam os carnavais nos bairros da cidade.
Mas o maior Rei Momo de todos os tempos na capital foi Vicente Rao, o personagem da folia, o maior mito do carnaval de Porto Alegre.
Pesava cerca de 100 quilos e era considerado o primeiro e único, era comandante do bloco “Tira o dedo do pudim” nas festas do Arrial da Baronesa e nos desfiles do carnaval na descida da Borges.
Ó meu amor
Não faz assim
Eu sou o bloco
Tira o Dedo do Pudim!
Perto do carnaval publicava na Folha da Tarde, comunicados no estilo militar sempre assinados como Vi100-Rao.
Vicente Rao foi um soberano cheio de alegria e um magnetismo pessoal que era difícil de encontrar, símbolo de uma época de Porto Alegre boêmia e tranqüila.